Estudo mostra queda de leitos públicos no País.
Levantamento realizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) mostra que houve uma queda significativa no número de leitos públicos no país em várias especialidades.
Segundo dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), do ministério da Saúde, quase 42mil leitos foram desativados na rede pública. Dentre as especialidades mais atingidas com o corte estão psiquiatria (-9.297 leitos), pediatria (-8.979), obstetrícia (-5033) e clinica geral (-4.912).
Para o presidente do CFM, Roberto Luiz D’àvila, a maioria dos problemas do Sistema Único de Saúde (SUS) passa pelo subfinanciamento e pela falta de uma política eficaz de presença do Estado. Segundo ele, em entrevista ao boletim P & P (Política & Política) , a complexidade da assistência foi simplificada pelos gestores pela idéia de que faltam médicos no país, no entanto, aspectos como a falta de infraestrutura física, de políticas de trabalho eficientes para profissionais da saúde, e, principalmente, de um financiamento comprometido com o futuro do SUS, acabam não sendo levados em consideração.
O Brasil é o quinto país do mundo em número de médicos, com mais de 371 mil profissionais registrados (1,95 médicos por habitantes), o que, para o Conselho, é um número considerado suficiente para atender a população do país. O que faltam, no entanto, são políticas públicas que valorizam esses profissionais e que os estimulem a se fixarem em regiões desassistidas. Outra pesquisa recente do CFM apontou que 72% dos médicos brasileiros estão concentrados na região sul e sudeste. Para garantir a fixação do médico em regiões mais distantes, a entidade defende a criação de uma carreira de Estado aos moldes da magistratura. Além disso, a distribuição igualitária de profissionais em todo o território brasileiro depende de fatores como boas condições para oferecer assistência médica de qualidade (materiais, equipamentos e leitos suficientes, por exemplo), plano de cargo e salários e vínculo empregatício.
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