Dica de Consumo: Farinha de Mandioca




Esse é um dos principais produtos feitos com a raiz do arbusto mandioca, também conhecido por mandioca- brava. A planta contém ácido cianídrico, uma substância venenosa que tem de ser tirada do alimento para ser ingerido. Por isso a produção de farinha passa por prensagem, etapa em que a manipt/era, líquido leitoso que em tupi significa "a parte ruim da mandioca”, é descartada. Também se pode produzir farinha com a outra variedade de mandioca, chamada igualmente aipim, macaxeira ou mandioca-doce, que é consumida de preferência frita ou cozida. A fabricação da farinha começa pela colheita da raiz, que é descascada, ralada e prensada, o que reduz a umidade e elimina o ácido. Então a massa é esfarelada, peneirada, para homogeneizar os grânulos da farinha, e torrada. Sabor e consistência das farinhas dependem do tamanho dos grânulos, do grau de umidade, da intensidade da torrefação e da quantidade de amido. A legislação brasileira prevê três grupos de farinha: a seca, feita como descrito acima; a d’água, que passa por fermentas; e a bijusada, finalizada com granulometria laminada irregular. 

Nos dois primeiros grupos se classifica ainda a farinha em fina, média e grossa. Herdada dos indígenas, a técnica de fabricação ajudou na fixação dos colonizadores portugueses no Brasil, que precisavam de boa e farta fonte de carboidratos para subsistir. Diante do sucesso brasileiro, a mandioca e a farinha foram levadas para outras áreas do planeta, onde se tornaram alimentos de subsistência. Do ponto de vista nutricional, é boa fonte de fibras, não tem glúten e possui baixo índice glicêmico, o que a torna ótima escolha na alimentação atual, repleta de alimentos refinados e com alto índice glicémico.

 

E para saúde? Quais os benefícios?

E bom para Portadores de doença celíaca, pois não tem glúten, pode ser utilizada como fonte de fibras porque tem uma boa quantidade delas e é bom para diabéticos, por ter baixo índice glicêmico.

A farinha de mandioca só não indicada para quem deseja emagrecer, por ser rica em carboidratos “bons”, são calóricos e se incorporados a farofas, possuem adição de gordura.

 

Como se escolhe?

Pode ser encontrada em feiras, mercados, hortifrúti granjeiros e, mais no interior, em casas de farinha. Tanto a artesanal como a industrial devem ter uma cor que vai do esbranquiçado ao amarelo e sem descoloração, pontos escuros, nem grumos, sinal de que umedeceu ou não foi bem conservada. Na feira, prove. A farinha precisa estar chocante e cheirosa. Essa ainda é a melhor forma de descartar produtos de má qualidade. Se for industrializada, fique atento ao estado geral da embalagem e ao prazo de validade. Deixe em temperatura ambiente num local fresco, arejado e sem a incidência direta de sol. Dura alguns meses.

 

E como se prepara?

 

Em várias regiões brasileiras, é servida pura e sem preparo adicional, com ensopados, carnes cozidas, assadas ou grelhadas, moquecas de frutos do mar ou de caranguejo, galinhadas ou apenas como acompanhamento do básico e saudável arroz com feijão. E usada também para o preparo de tutu de feijão, pirão com caldo de peixe ou de galinha, ou ainda farofa, cujos principais ingredientes são bacon simples, ovo, cebola e ervas como salsa e cebolinha. Em boa parte do Brasil se faz com ela a popular paçoca, que consiste em carne seca socada no pilão com a farinha de mandioca e uma pitada de sal.

 

Fonte: CTENAS, Maria Luiza de Brito. Receitas, produção, estilismo culinário. CARAS. Acesso em 09/12/2021.

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