Saude mental: fim de ano e depressão
A época do fim de ano
desperta emoções, lembranças e reflexões que podem mexer com a saúde mental —
especialmente depois de dois anos de pandemia da covid-19, que deixou as
pessoas mais fragilizadas. Nesse momento, quem já passou por quadros de
depressão precisa estar mais atento a um possível retorno dos sintomas.
Os quadros de depressão
no fim de ano são muito comuns, podendo aparecer, particularmente, entre
pessoas que têm vulnerabilidade para aceitar mudanças no ritmo e nas
circunstâncias de vida do ser humano. Há vários contextos e situações de vida
que incidem neste período e que funcionam como gatilhos estressores.
Memórias remotas
negativas, lutos e feridas psicológicas ainda latentes e dolorosas podem
contribuir para a depressão nesse período.
É comum que em
determinadas épocas do ano, as pessoas reajam de maneira diferente, em
consequência aos determinados estímulos que a estação do ano, épocas
comemorativas, férias, bem como fim e início de ano. Muitas vezes sentem-se
eufóricas, cheias de esperança; mas, em outras, ficam mais recolhidas e
pensativas, com o humor deprimido, algumas sentem dificuldade de sair da cama,
ou aumentam o consumo de massas e chocolates (alimentos precursores de
serotonina). Outro sintoma comum costuma ser a falta de motivação para realizar
as funções básicas do dia a dia. Muitas pessoas não se sentem felizes com o
advento do Natal e do Ano Novo, e sua tristeza, contextual e localizada, a faz
sentir culpada por não conseguir achar graça em comemorar algo que todos estão
comemorando.
Banalização
Muitos profissionais
não acreditam que esses sintomas são motivos para procurar um médico, pois
consideram que: “a pessoa está tristinha” e “um pouquinho desanimada”. A
questão é: Quem se responsabiliza pelas proporções que esse estado de desânimo
pode chegar? Como nós, profissionais da área da saúde mental, podemos
qualificar e banalizar sentimentos das pessoas? Como autorizar aquele que sofre
a deixar de lado seu sentimento, legitimando sua tristeza como “menor” ou “não
tão grave”?
É muito importante que
a depressão de fim de ano, ou não, seja diagnosticada e orientada por
profissionais das áreas competentes e responsáveis. Temos todos que ficar
atentos. Profissionais, familiares, amigos e até mesmo aqueles que estão
passando por tal situação. Justificar como sendo comum ficar triste no Natal ou
no fim de ano, é o mesmo que abandonar ao mero acaso tal sofrimento, sendo que
a medicina e a psicologia, atualmente, possuem recursos com poucos efeitos
colaterais e eficazes – para casos específicos e contextuais.
Sintomas
de depressão podem oferecer perigos à saúde
Os sintomas de
depressão podem ser altamente danosos à saúde, um exemplo é o fato do consumo
ou da compulsão por carboidratos, açúcares e álcool, que além do aumento de
peso, traz consigo problemas cardíacos, risco de diabetes, dependência e outras
doenças, além do comportamento distorcido de que tais ações tranquilizam e minimizam
a dor.
Caso você tenha
qualquer sintoma melancólico ou depressivo, procure ajuda médica, pois quanto
antes seu diagnóstico for detectado, mais rápido será o tratamento e, consequentemente,
o alívio do sintoma.
Mesmo aqueles que não
se sentem deprimidos, aproveitem o final de ano para fazer um balanço de tudo o
que aconteceu, e fazer novos projetos, estabelecendo novas metas.
Para muitos, datas como
Natal e Ano Novo lembram família.
Perdas e mortes,
separações, luto e saudade podem favorecer, em indivíduos vulneráveis, o
surgimento de um quadro depressivo. Sua intensidade varia de acordo com cada
pessoa.
A imagem de propagandas
e programas de TV com pessoas extremamente felizes festejando o Natal e o
Réveillon levam alguns a acreditar na alegria de todos, menos na sua.
Fim
de ano ou depressão?
Nem todo sentimento de
tristeza ou melancolia é, necessariamente, um sinal de depressão. O período de
fim de ano traz o balanço emocional dos últimos meses e pode carregar essas
sensações.
"Existem
sentimentos que são necessários. Se você perdeu um familiar neste ano, lógico
que estará mais triste no fim de ano, porque você sempre se reunia com essa
pessoa. Vão brotar muitas memórias", explica Favaro. Sentir essa tristeza
é permitido, porque isso dará tempo e ritmo de cura para a sua mente, segundo a
especialista Vanessa Favaro. "Sentir tristeza não é algo ruim,
necessariamente,” completa.
Se eles se tornarem
dominantes, vale maior atenção. De acordo com a Vanessa, para fazer o
diagnóstico de depressão os especialistas se baseiam nos prejuízos causados
pelo sofrimento, como a perda de possibilidades, oportunidades e satisfações; a
duração em que ocorre e o impacto que exerce nas pessoas próximas.
Saiba
quais são os 15 sintomas mais comuns da Depressão
·
Pessimismo;
·
Dificuldade de tomar decisões;
·
Dificuldade para começar a fazer suas
tarefas;
·
Irritabilidade ou impaciência;
·
Inquietação;
·
Desejo de morrer;
·
Chorar por qualquer motivo;
·
Dificuldade de terminar coisas que
começou;
·
Sentimento de pena de si mesmo;
·
Persistência de pensamentos negativos;
·
Queixas frequentes;
·
Sentimento de culpa injustificável;
·
Perda ou aumento de peso e apetite;
·
Insônia;
·
Perda ou diminuição do desejo sexual.
Caso esteja sentindo
com frequência algum dos sintomas, procure a ajuda do seu médico. O seu médico
te indicará o melhor cuidado ou a melhor abordagem para os sintomas, são eles:
·
Psicoterapia;
·
Medicamentos, quando necessário;
·
Exercícios físicos regulares;
·
Encontros com amigos e familiares;
·
Atividades que contribuam para o
bem-estar emocional.
O Dr. Salomon Katz lhe
deseja ótimas festas, muita saúde e força para 2022.
Fonte: MILLÉO, Andrea. Fim
de ano e depressão: como evitar os gatilhos emocionais da época? Viva Bem –
UOL. Acesso em 20/12/2021 as 17:30.
RENNÓ, Joel. Quem é
mais suscetível a ficar deprimido no final do ano? ESTADÃO. Acesso em
20/12/2021 as 17:30.
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