Terapia polêmica usa vitamina D em doses altas contra esclerose
Tratamento é considerado alternativo pela maioria dos médicos, mas já e prescrito por neurologista de SP.
Este mal é autoimune, causado pelo ataque ao revestimento dos neurônios pelo sistema imunológico da própria pessoa.
HORMÔNIO
Produzida pelo corpo quando a pele fica exposta ao sol, a vitamina D na verdade é um hormônio, apesar de manter o nome consagrado.
É consenso há muito tempo que ela tem papel importante na mineralização dos ossos.
Segundo o neurologista Cícero Galli Coimbra da Unifesp ( Universidade Federal de São Paulo), a suplementação com o hormônio vem sendo testada desde os anos 1980 para reduzir os surtos de esclerose, períodos em que a doença pode deixar seqüelas. Para ele, já há evidência suficiente de que as pessoas com moléstia têm deficiência da vitamina.
Desde 2003 até hoje, diz Coimbra, quase 900 pacientes com esclerose múltipla forma tratados.
A maioria usa de 30 mil a 70 mil UI de vitamina D ao dia, mas alguns tomam 200 mil.
A dose ideal para a suplementação ainda é motivo de debate, pois conforme Coimbra “as pessoas com esclerose têm uma resistência genética à vitamina e precisam de doses altas”.
Os pacientes dele, também seguem uma dieta sem laticínios e fazem exames periódicos para controlar os níveis de cálcio na urina e no sangue. A vitamina D tem relação com o cálcio, e as doses altas podem causar cálculos renais.
‘SEM PROVAS’
Coimbra diz que não concorda com a realização de estudos controlados em que parte dos pacientes receba a vitamina e parte, placebo.
Também diz que, a relutância dos médicos em aceitar o tratamento vem dos conflitos de interesse com as farmacêuticas.
“Há um interesse fabuloso no tratamento tradicional, que custa até $11 mil por pacientes por mês, diz ele.
Por Débora Mismetti
Editora-assistente de “Ciência+Saúde
FONTE: JORNAL EQUILÍBRIO
FOLHA DE SÃO PAULO
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