Por que as mulheres são mais frágeis
De uns anos para cá, cientistas perceberam que as diferenças entre homens e mulheres vão além de mamas, gogó e claro, zona abaixo do equador.
As descendentes de Eva são, em certas situações, frágeis, extremamente frágeis.
Alguns hormônios como a prolactina afetam o sistema imunológico feminino, deixando-o mais vulnerável a doenças.
Leia Algumas:
DEPRESSÃO
Elas são mais suscetíveis a sucumbir à tristeza sem fim.
Hipóteses variadas explicariam essa tendência.
“O estrogênio é um hormônio que tem ação antidepressiva”, enumera o psiquiatra Joel Rennó Jr., do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo.
“Em algumas mulheres, a queda abrupta de seus níveis pode torná-las mais propensas a ter depressão”.
Os dias que antecedem a menstruação, o pós-parto e a transição para a menopausa são os períodos críticos de oscilação hormonal.
DERRAME
Há uma maior ocorrência de acidente vascular cerebral do tipo hemorrágico em mulheres na faixa de 25 a 35 anos.
Nesse caso, um vaso na massa cinzenta se rompe. “A enxaqueca seria um fator de predisposição”, diz o neurologista Jefferson Gomes Fernandes, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo.
Quando os níveis de estrogênio, um protetor natural, despencam após os 45 e, se a pressão e o colesterol estiverem nas alturas, as cinquentinhas se igualam a eles no quesito AVC isquêmico, o derrame mais prevalente, que eclode devido a obstruções arteriais.
TIREOIDE
Ela é a famosa glândula em forma de borboleta que fica na base do pescoço. Responsável por controlar o metabolismo do corpo, regula peso, temperatura e crescimento muscular, só para citar alguns fatores.
“A doença tireoidiana mais comum entre as mulheres acima dos 30 anos é o hipotireoidismo”, explica o endocrinologista Alexandre Holh, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
“Elas tem uma predisposição genética à queda da produção hormonal na glândula”, completa.
Entre os sintomas estão constipação, cansaço e ganho de peso. Outro elemento que influencia o funcionamento da tireoide é o consumo de iodo.
Tanto o excesso quanto a carência são maléficos. Além do sal de cozinha – bastam 4 gramas por dia – peixes e frutos do mar fornecem o mineral.
CORAÇÃO
O peito delas sofre – e muito – com infartos. “Ainda não sabemos o motivo, mas, apesar de ser mais freqüente em homens, o problema apresenta maior gravidade nas mulheres”, lamenta o cardiologista Otávio Gebara, diretor clínico do Hospital Santa Paula, em São Paulo.
Talvez isso se deva ao fato de que 30% das vítimas desse mal cardíaco experienciam sintomas atípicos – como dor nas costas ou no estômago, que chega a, que chega a ser confundida com gastrite – e, por isso, não reconhecem o perigo logo de cara.
DOENÇAS AUTOIMUNES
Existem mais de 100 doenças causadas pelas próprias células de defesa do corpo. O sistema imunológico passa a encarar os tecidos do organismo como intrusos e os atacam sem piedade. “As variações hormonais influenciam diretamente no aparecimento desses distúrbios”, esclarece o reumatologista Fernando Neubarth, do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre , no Rio Grande do Sul. Entre todos os tipos, o que mais atinge as mulheres é o lúpus eritematoso sistêmico (LES), doença que acomete pele, articulações e, em casos mais graves, órgãos vitais, como rins e coração.
“A instabilidade emocional, o estresse crônico e a exposição exagerada ao sol também estimulam o aparecimento de lesões pelo corpo”, alerta o especialista.
TRATAMENTOS E MEDICAÇÕES DEVEM SER ESPECIAIS PARA ELAS?
Em alguns casos, sim.
Uma quantidade mínima de miligramas a mais ou a menos de hormônios no corpo já pode fazer uma baita diferença na saúde – ou na falta dela.
Existem remédios que às vezes desregulam a produção hormonal nas mulheres, e por isso o uso de qualquer medicamento que, por um motivo ou por outro, altere esses níveis deve ser estudado com cuidado.
Daí a importância de sempre conversar com o médico. Agora, tratamentos físicos, como fisioterapia, podem ser aplicados em homens e mulheres sem medo, mas tendo sempre em mente que o importante é respeitar a resistência de cada um.
FONTE: REVISTA SAÚDE É VITAL
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