Orgânicos
Orgânicos
Os métodos de produção alimentar que lançam mão de
agrotóxicos oferecem alimentos com até 40% menos vitaminas, minerais e fitos
químicos do que a 50 anos, de acordo com relatório da organização
norte-americana The Organic Center. Esse fator, aliado ao pouco consumo de
frutas, legumes e verduras e a busca por industrializados, pode ter
consequências prejudiciais para o organismo do seu filho.
Por isso, além de incentivar as crianças a ter uma
alimentação saudável, o consumo de orgânicos, desde os primeiros anos de vida,
contribui e muito na prevenção de doenças crônicas e no desenvolvimento do
sistema imunológico, segundo a nutricionista Denise Carreiro. Isso porque, ao
optar por esses alimentos, você evita que o seu filho consuma compostos
químicos presentes em pesticidas que são estranhos ao organismo. Uma pesquisa
publicada no British Journal of Nutrition provou até que carnes e laticínios
orgânicos têm um teor 50% maior de ômega 3, ácido graxo ligado ao
desenvolvimento neurológico. Além disso, dados do The Organic Center apontam
que alimentos produzidos sem defensivos e agrotóxicos contêm níveis 30% maiores
de antioxidantes, e também apresentam mais nutrientes, sabor e duração de vida
pós-colheita.
Saúde
x economia
O problema é que comprar todos os alimentos sem
agrotóxicos é impensável no orçamento da maioria das famílias. Eles são em
média 47% mais caros, de acordo com um levantamento da Consumer Reports, ainda
que os especialistas garantam que o investimento compensa. Isso porque, ao
possibilitar que o sistema imunológico do seu filho esteja preparado para lidar
com agressores externos, o gasto com medicamentos diminui. “O que um
nutriente faz nenhum remédio faz. A ação que o nutriente tem é naturalmente
esquecida, como o exemplo da vitamina C, que atua como antialérgico”, diz
Denise. A conta, segundo ela, é simples: “Somos formados de nutrientes, não de
remédios. O que significa esse “mais caro” quando você vai promover saúde para
uma criança? Precisamos entender a importância de dar base adequada para
formação e ação de todas nossas células.”
Sim, concordamos. Só que mesmo que os benefícios do
consumo de orgânicos sejam indiscutíveis, é claro que nem todas as famílias têm
condições de consumir apenas alimentos sem químicos. Eles pesam muito no orçamento.
A solução, então, é priorizar na hora da compra aqueles que contêm mais
químicos (veja a lista abaixo), para minimizar os riscos. Outra dica é procurar
produtos da estação, que costumam sem mais em conta, e comprar fora das grandes
redes - quanto menos intermediários entre o produtor e você, melhor.
É
orgânico mesmo?
Na hora de encher o carrinho, preste atenção à
certificação, porque nem todos os alimentos vendidos como orgânicos realmente o
são. Vale conferir nos supermercados se o produto tem o selo federal do SisOrg
e, nas feiras, se os vendedores são certificados pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) – basta pedir para ver o
certificado.
Outra dica importante, que vale tanto para os
orgânicos quanto para os alimentos convencionais, é lavá-los muito bem antes do
consumo. Inclusive, para aqueles que contêm produtos químicos, o excesso pode
ser minimizado. Segundo Denise, para alimentos mais resistentes, vale usar uma
bucha nova e água corrente, sem detergente. Alimentos com pele mais fina devem
ser lavados à mão. “Eles também podem ser deixados na água com hipoclorito e,
depois, no vinagre, para tirar a ação do cloro”, ensina. No caso das verduras,
despreze as folhas de fora dos maços, que geralmente concentram mais químicos.
Comentários
Postar um comentário