COMIDA VEGETARIANA
Muito se fala sobre encontrar alimentos para
substituir a carne quando se vira vegetariano, mas isso não é exatamente
necessário. Segundo a Rafaela, o que preciso ser feito é uma reorganização
alimentar. “Nutricionalmente, para indivíduos saudáveis, a maneira adequada de
parar de consumir carne é aumentar o consumo de leguminosas (feijão, grão de
bico, lentilha, soja e ervilha). Essas leguminosas, quando combinadas com
cereais (arroz, milho, aveia, trigo, cevada, centeio), fornecem todos os
aminoácidos que precisamos ingerir (a famosa ‘proteína completa’ encontrada na carne)
”, explica. Essa combinação pode ser feita em partes durante o dia, então você
não precisa tentar colocar o máximo de aminoácidos possíveis em apenas uma
refeição. Por exemplo, você pode optar por um macarrão integral no almoço e um
hambúrguer de grão de bico no jantar.
A ideia de que o leite de vaca é a única fonte de
cálcio também é um mito, como afirma a nutricionista. “Vegetais como couve,
brócolis, mostarda e repolho possuem a biodisponibilidade de cálcio maior do
que o leite de vaca (40 a 60% nos vegetais contra 30% do leite de vaca) ”,
Rafaela explica. Outro pensamento errado é o de que vegetarianos não possuem
tanta força e energia para realizar exercícios físicos ou obter resultados
neles por não comerem mais carne. “Não falta matéria-prima no reino vegetal
para construir músculos. Diferentemente do que se pensa, comer mais proteína do
que o necessário não fará com que as pessoas desenvolvam mais músculos. O que
causa aumento da massa muscular é a atividade muscular bem planejada,
acompanhada da alimentação adequada, descanso suficiente e um bom equilíbrio
hormonal”, diz.
Para quebrar a ideia de que não comer carne pode fazer
mal para a saúde, é importante reforçar quais os benefícios que uma alimentação
vegetariana possui como vantagem em comparação com a onívora (de quem come
carne). A nutricionista Rafaela cita alguns: menor mortalidade, risco 50% menor
de apresentar diabetes tipo 2, menor pressão arterial, diminuição de risco de desenvolvimento
de hipertensão, redução de mortes por infartos (31% em homens e 20% em
mulheres), menor mortalidade por doenças cardiovasculares, níveis de colesterol
mais baixos, probabilidade duas vezes menor de mulheres apresentarem pedras na
vesícula, entre outros.
É claro que reestruturar totalmente a alimentação pode
ser uma tarefa bem complicada e que exija um tempo, mas ter um acompanhamento
nutricional pode ajudar – aliás, tanto para pessoas vegetarianas quanto para
quem come carne. É sempre bom ficar de olho na alimentação, não é? “No
atendimento nutricional, podemos explicar sobre a alimentação para que a pessoa
não fique presa a uma dieta ou planejamento alimentar e, sim, entenda o que
precisa comer, tornando-se livre para fazer escolhas assertivas”, Rafaela
explica.
Nos últimos anos, o interesse da população pela
alimentação vegetariana no país cresceu bastante. De acordo com uma pesquisa
feita pelo Ibope para a Sociedade Vegetariana Brasileira em 2018, o Brasil tem
cerca de 30 milhões de vegetarianos. Isso representa 14% da população total
brasileira.
FONTE : REVISTA CAPRICHO
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