O que você precisa saber sobre consumo de álcool.

Álcool sem distorção.
Sabemos que o consumo de álcool ocorre desde tempos pré-bíblicos. Com a evolução tecnológica, com o desenvolvimento do processo de destilação, com as mudanças provocadas pelo processo de urbanização e no estilo de vida, o álcool passou a ser consumido por um grande número de pessoas e a desempenhar importante papel nas relações sociais. Conseqüentemente, as complicações físicas e mentais começaram a ser identificadas e estudadas.
Um importante levantamento realizado pelo centro brasileiro de informações sobre drogas psicotrópicas (cebrid) revelou que 77,3% dos homens e 60,6% das mulheres que vivem em cidades com mais de 200 mil habitantes fazem uso de álcool, e que, 17,1% da população masculina e 5,7% da feminina são dependentes de álcool. O consumo excessivo de álcool é hoje um importante problema de saúde pública e apresenta uma série de riscos para sua saúde.
Uso, abuso e dependência
Não existe uma fronteira clara entre uso, abuso e dependência, mas uma evolução progressiva entre esses estágios.
Uso  pode ser definido como qualquer consumo, seja para experimentação, esporádico ou episódico, não necessariamente associado a problemas.
Abuso é o consumo associado a algum tipo de prejuízo físico, psicológico ou social.
Dependência está associada a algum tipo de perda de controle e problemas importantes para o usuário. Mesmo a dependência envolve níveis de gravidade, desde a leve (mais dificilmente percebida) até a grave, facilmente identificada.
Consumo de álcool e riscos à saúde
O álcool até pode ser benéfico se consumido em pequenas quantidades e por pessoas em voas condições de saúde.
Apesar disso, lembramos que não há consumo de álcool totalmente sem risco. Por exemplo, uma única dose antes de dirigir um automóvel pode ser a causa de acidente grave.
Menores de 18 anos não devem consumir álcool; no Brasil, a venda de álcool a menores é proibida por lei.
Mas o que são pequenas quantidades?
Veja a tabela abaixo:


Mulheres
Homens
Por semana
Até 7 doses
Até 14 doses
Em uma única ocasião
Até 3 doses
Até 4 doses


A quantidade de bebida que implica em riscos para a saúde é diferente para homens e mulheres e também variam em função do peso corporal.
Quanto é “uma dose” de álcool?
A quantidade de álcool nas bebidas varia conforme o tipo.
As bebidas destiladas (whisky, vodka, aguardente, entre outras) contêm de 40 a 50% de álcool puro; os vinhos (fermentados) vão de 8 a 16%; as cervejas ( também fermentadas) contêm cerca de 5% e estas concentrações devem figurar nos rótulos dos produtos. Mas, para facilitar o seu controle, utilize a tabela abaixo.

Bebida
Número de doses
Uma lata de cerveja
1
Uma garrafa de cerveja
2
Um chopp
1
Um copo de vinho
1
Uma garrafa de vinho
5
Uma dose de destilado (50 ml)
1






Assim, por exemplo, o consumo de baixo risco para uma mulher ( em boas condições de saúde) é de uma lata de cerveja por dia.
Um homem que beba uma garrafa de vinho num único dia, ainda que esporadicamente, esta fazendo um consumo de alto risco, mesmo que esteja em ótimas condições de saúde.
Deve-se considerar um consumo ainda mais restrito de álcool (ou mesmo nenhum consumo) em algumas situações: mulheres grávidas ou pretendendo engravidar, usuários de determinados medicamentos, pessoas com 65 anos ou mais, pessoas com antecedentes pessoais ou familiares de abuso ou dependência do álcool.
Sinais e sintomas do uso do álcool
Os principais efeitos do uso agudo do álcool (efeitos que ocorrem imediatamente após o consumo) aparecem no sistema nervoso central e dependem da dose:
Ø  Pequenas doses: alterações do humor e de comportamento (euforia, relaxamento), perda da capacidade de julgamento e das habilidades para operar máquinas e veículos;
Ø  Doses maiores: sonolência, sedação, lentidão, fala pastosa, prejuízo da coordenação motora;
Ø  Doses elevadas: náuseas, vômitos, visão dupla, intoxicação alcoólica (estupor, hiportemia, convulsões, depressão respiratória, hipotensão, coma e morte).

Uma lata de cerveja pode, por exemplo, provocar sonolência em uma pessoa e não alterar o humor de outra, uma vez que os efeitos do álcool dependem de uma série de fatores como peso, sexo, tolerância ao álcool, velocidade de ingestão, estar ou não alimentado etc.

Os principais efeitos do uso crônico do álcool (aqueles que ocorrem com o uso prolongado e abusivo do álcool) são:

Ø  Complicações físicas: doenças no fígado, gota, osteoporose, câncer, doenças cardíacas, hipertensão arterial, doenças vasculares, doenças respiratórias, diabetes, anemia, deficiência de ferro, doenças no sistema nervoso central;
Ø  Complicações psiquiátricas: alucinações, amnésia, depressão e suicídio, ansiedade, danos ao tecido cerebral, ciúme patológico, convulsões, ‘delirium tremens’ e agravamento de outras doenças psiquiátricas;
Ø  Complicações sociais: mau funcionamento familiar, violência doméstica, problemas no trabalho (faltas, demissões), acidentes, dificuldades financeiras, crimes e vitimização.

Dicas para redução do consumo alcoólico

Ø  Reflita sobre suas razões e benefícios para parar ou reduzir o consumo.
Ø  Estabeleça uma meta clara.
Ø  Faça um “diário” sobre seu consumo.
Ø  Tenha pouca ou nenhuma bebida alcoólica em casa.
Ø  Beba devagar e intercale com bebidas não alcoólicas. Calcule um intervalo de uma hora entre uma dose e outra.
Ø  Alimente-se antes e enquanto bebe.
Ø  Evite bares em que haja consumação mínima.

Quanto se deve buscar tratamento?
Prevenir é sempre o melhor remédio.
O ideal é buscar orientações antes de advirem os problemas; quanto antes procurar por ajuda, melhores serão as chances de uma recuperação bem-sucedida.
Alguns sinais podem ser indicativos da necessidade de uma avaliação criteriosa:
Ø  Consumo freqüente (algumas vezes na semana) e em doses elevadas (acima das recomendações).
Ø  Dificuldade em parar de beber depois de começar.
Ø  Deixar de fazer alguma coisa devido ao uso do álcool.
Ø  Beber pela manhã para sentir-se melhor depois de uso abusivo de álcool.
Ø  Sentir-se culpado ou com remorso depois de beber.
Ø  Não conseguir se lembrar do que aconteceu por causa do consumo.
Ø  Ferir-se ou ferir alguém por causa do consumo.
Ø  Ter pessoas (parentes, amigos, profissionais de saúde) recomendando a redução de consumo.

“beber começa como um ato de liberdade caminha para o hábito e, finalmente, afunda na necessidade”.
 Rush, 1790.

                                           (Albert Einstein – espaço saúde)

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