Dor de cabeça: como acontece, causas e quando procurar tratamento

 



Acontece tanto por distúrbios gástricos como oftalmológicos. Quando se intensifica, requer descanso e pode ser associada a esforços físicos e mentais.

Conflitos familiares, falta de tempo para o lazer e o autocuidado, problemas no trabalho. Com tanta coisa para administrar no dia a dia, você pode ser mais um na estatística das pessoas que vivem tendo dor de cabeça desencadeadas pelo estresse.

Considerada uma das queixas mais comuns nos consultórios médicos, perdendo apenas para a dor lombar, a dor de cabeça, também conhecida como cefaleia, tem prevalência de 96%, especialmente entre as mulheres. Isso significa que praticamente todo mundo pode ter esse sintoma ao longo da vida. Um de seus tipos, a enxaqueca, chega a afetar 10% da população mundial.

Apesar de causar desconforto na vida das pessoas, é uma patologia com pouco diagnostico e subtratamentos. E uma das possíveis causas para esse quadro é a banalização da dor de cabeça. Entretanto, a dor de cabeça é sinal de algum distúrbio no nosso corpo. Potencialmente curável, uma vez tratada, a sensação desaparece. A dor de cabeça pode ser uma consequência de:

·       Gripe;

·       Meningite;

·       Sinusite;

·       Traumas Cranianos;

·       Tumores;

·       Problemas na região cervical;

·       Hemorragias cerebrais e meníngeas, entre outras.

 

Quais são os gatilhos?

·       Uso excessivo de tela de celular

·       Após consumo excessivo de álcool

·       Associada a dores no estomago

·       Ciclos hormonais femininos

·       Variações climáticas

·       Cansaço

·       Estresse

 

Quando procurar ajuda médica? Se você conta três dias de dor de cabeça no período de um mês, ocasiões nas quais o uso de analgésico foi necessário, procure um neurologista imediatamente, conforme orientação é da SBCefaleia (Sociedade Brasileira de Cefaleia). A contagem pode ser assim: a dor se manifestou por três dias seguidos, ou um dia a cada semana.

"Se, durante um trimestre, você conta 15 dias ou mais de cefaleias no interregno de 30 dias, e isso se repete no espaço de um ano, já significa que a dor de cabeça é crônica, explica Thaís Villa, professora de neurologia e chefe do Setor de Cefaleias da EPM-Unifesp (Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo).

 

Aliás, as pessoas levam, em média, oitos anos para consultarem um especialista. "Isso porque quando o sintoma incomoda, ele nunca é levado a sério e as pessoas sempre encontram uma justificativa: é a TPM, um odor forte em determinado ambiente, o jejum prolongado. Aí, a alternativa para se livrar da dor é a automedicação", conta a professora da Unifesp.

"O problema é que o uso contínuo e repetido de medicações analgésicas é um dos principais fatores de agravamento ou piora das enxaquecas, e acabam fazendo que elas se tornem diárias", acrescenta Eliane Amaral Ghirelli, neurologista e professora da Escola de Medicina da PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná).

 

Para o diagnóstico, o médico irá fazer um levantamento detalhado da sua história, para identificar as características da sua dor. Esteja pronto para responder a ele se alguém de sua família tem sintoma semelhante, como é a sua rotina alimentar, o seu estilo de vida e as condições de trabalho, além de como enfrenta o estresse no dia a dia. Depois dessa conversa, vem o exame físico. Alguns médicos poderão observar as veias da cabeça e o pescoço, a articulação da mandíbula, dos ombros e a região cervical.

Se houver suspeita de que a origem da sua cefaleia seja enxaqueca, saiba que não há exame que defina um diagnóstico. Na verdade, é frequente que testes como ressonância magnética, encefalograma e tomografia apresentem resultados normais. O que esperar do tratamento Ele dependerá da causa da cefaleia. Como a situação mais comum é que se trate de um quadro de enxaqueca, o objetivo terapêutico é reduzir as crises. Quando a dor está no auge, existem vários medicamentos específicos para o seu alívio, assim como opções profiláticas, ou seja, que previnem outro episódio e são de uso diário —alguns deles disponíveis no SUS (Sistema Único de Saúde). E até a toxina botulínica pode trazer alívio. E além desses fármacos, em alguns casos, a fisioterapia é recomendada. Acupuntura, nutrição, até mesmo a terapia cognitiva-comportamental.

 

Sabendo disso, não deixe de procurar um médico. Não deixe que sua dor atrapalhe a sua qualidade de vida.

 

Fonte: Acervo Dr. Salomon Katz

Thaís Villa, professora de neurologia e chefe do Setor de Cefaleias da EPM-Unifesp (Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo) e membro da diretoria da SBCefaleia (Sociedade Brasileira de Cefaleia); Eliane Amaral Ghirelli, neurologista e professora da Escola de Medicina da PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná); Camila Naegeli Caverni, nutricionista, responsável pelo Programa de Tratamento Nutricional da Dor de Cabeça no Headache Center Brasil, e pós-graduanda na EPM-Unifesp; Fábio Porto, neurologista do IPq-HCFMUSP (Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo)

 

Referências: - GRIEP, R. H. et al. Work-family conflict, lack of time for personal care and leisure, and job strain in migraine: Results of the Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (Elsa-Brasil). American Journal of Industrial Medicine. v. 59, n. 11, p. 987-1000, nov. 2016. - Rizzoli P., Mullalli WJ. Headache. The American Journal of Medicine. 131(1):17-24, Jan. 2018. - Timothy J. Steiner, Lars J. Stovner, Theo Vos, R. Jensen, Z. Katsarava. Migraine is first cause of disability in under 50s: will health politicians now take notice. Journal of Headache Pain. 19 (1): 17, 2018. - Queiroz LP., Silva Junior AA. The prevalence and impacto f headache in Brazil. Headache.

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