Corrimento vaginal: quando é normal e quando exige atenção | Dr. Salomon Katz
Corrimento vaginal: quando é normal e quando exige atenção
Objetivo: educar sobre o que é fisiológico e o que indica infecção. Palavras‑chave: corrimento vaginal, infecção ginecológica, saúde íntima.
O que é o corrimento vaginal fisiológico?
O corrimento vaginal é a produção de muco e secreções pela vagina e pelo colo do útero. É um processo natural que mantém a região limpa, hidratada e protegida. Em grande parte das mulheres, esse tipo de secreção é esperado e faz parte do ciclo reprodutivo.
- Cor: geralmente transparente ou esbranquiçado leve
- Odor: ausente ou discreto
- Sintomas associados: geralmente não há coceira intensa, ardor ou dor
- Variações normais: aumento na ovulação, antes da menstruação ou durante a gravidez
Quando o corrimento exige atenção?
Nem todo corrimento deve ser motivo de preocupação, mas mudanças no padrão merecem avaliação médica. Procure um(a) ginecologista quando houver:
- Alteração na cor (amarelado forte, esverdeado, acinzentado)
- Odor desagradável e persistente
- Coceira (prurido) intensa, ardor ao urinar ou durante a relação sexual
- Dor pélvica ou febre associadas
- Sangramento fora do período menstrual
Principais causas de corrimento fora do padrão
As causas mais comuns de corrimento alterado incluem infecções como:
- Candidíase vulvovaginal — infecção por fungos (geralmente Candida) que causa corrimento leitoso e coceira.
- Vaginose bacteriana — desequilíbrio da flora vaginal que costuma provocar odor forte e corrimento acinzentado.
- Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) — algumas ISTs se manifestam com corrimento alterado e exigem diagnóstico específico.
Fatores que facilitam essas alterações incluem uso recente de antibióticos, alterações hormonais, higiene íntima inadequada, roupas não respiráveis e relações sexuais sem proteção.
Dicas do Dr. Katz para manter a saúde íntima
- Use roupas íntimas de algodão e evite tecidos sintéticos muito apertados.
- Não faça duchas íntimas (lavagem interna) — a vagina tem mecanismos naturais de limpeza.
- Prefira sabonetes suaves ou produtos de pH adequado para a região íntima; evite fragrâncias fortes.
- Faça acompanhamento ginecológico regular; exames preventivos ajudam a identificar alterações precocemente.
- Em caso de corrimento fora do padrão, não se automedique — procure orientação médica.
- Após tratamento de infecção, siga as orientações do médico sobre retorno às atividades sexuais e uso de materiais intravaginais.
Alerta importante: evite a automedicação
Automedicação pode mascarar sintomas, atrasar diagnóstico e até agravar o quadro. O uso indiscriminado de antifúngicos ou antibióticos sem avaliação pode gerar resistência e irritação da mucosa. Tratamentos caseiros não testados também podem causar danos. Sempre consulte um(a) ginecologista antes de iniciar qualquer medicação.
Conclusão
O corrimento vaginal é comum e, muitas vezes, fisiológico. Alterações em cor, odor, consistência ou sinais associados como coceira e dor devem ser avaliadas por um(a) profissional. Evite automedicação e mantenha acompanhamento regular — a prevenção é a melhor forma de cuidado.


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