Endometriose: sintomas, diagnóstico e opções de tratamento

Endometriose: sintomas, diagnóstico e opções de tratamento — Dr. Salomon Katz

Endometriose: sintomas, diagnóstico e opções de tratamento

Data: 07/11 — Por Dr. Salomon Katz – CRM 10904 | Ginecologia e Obstetrícia | Saúde da Mulher e Prevenção

O que é a endometriose

A endometriose é uma condição crônica em que tecido semelhante ao endométrio — o revestimento interno do útero — cresce fora da cavidade uterina, como em ovários, trompas de Falópio, peritônio pélvico ou órgãos adjacentes. Esse tecido responde aos estímulos hormonais, podendo inflamar, provocar dor, formar cistos (endometriomas) e aderências, com impacto significativo na qualidade de vida.

Quão comum é e qual o impacto

A doença afeta uma parcela relevante das mulheres em idade reprodutiva e é especialmente frequente entre aquelas com dor pélvica crônica ou infertilidade. Estudos estimam que entre 10% e 18% das mulheres em idade reprodutiva apresentem endometriose, com prevalência mais alta (30–50%) em populações com infertilidade ou dor pélvica.

Sintomas-chave

Os sintomas variam muito — algumas pacientes têm poucos sinais; outras, sintomas intensos. Entre os mais comuns estão:

  • Dor pélvica crônica ou recorrente — dor constante ou intermitente na região pélvica ou abdominal inferior.
  • Dismenorreia — cólicas menstruais muito intensas, frequentemente pior que o habitual.
  • Dispareunia — dor durante ou após a relação sexual.
  • Alterações urinárias ou intestinais — dor ao urinar ou evacuar quando há envolvimento dos órgãos pélvicos.
  • Sangramentos anormais — ciclos irregulares ou menstruação intensa em alguns casos.
  • Infertilidade — dificuldade para engravidar, presente em parcela significativa das pacientes.
  • Impacto na qualidade de vida — fadiga, alterações de humor, redução da produtividade e limitação de atividades sociais e laborais.

Diagnóstico: desafios e avanços

O diagnóstico costuma demorar anos, porque os sintomas podem mimetizar outras condições e o padrão-ouro (laparoscopia) é invasivo. Contudo, há avanços que ajudam a detectar a doença mais cedo:

  • Uso de imagem otimizada — ultrassom transvaginal especializado e ressonância magnética — como ferramentas de apoio antes de decisões cirúrgicas.
  • Abordagem clínica baseada em sinais e sintomas para iniciar condutas terapêuticas, sem aguardar exclusivamente a confirmação cirúrgica em todos os casos.
  • Pesquisas em biomarcadores e inteligência artificial na leitura de imagens com objetivo de reduzir o tempo até o diagnóstico.

Opções de tratamento

O manejo da endometriose é multifacetado e deve ser individualizado. As principais opções incluem:

Terapia hormonal

Anticoncepcionais combinados, progestagênios e agonistas/antagonistas de GnRH têm papel importante no controle da dor e na supressão das lesões. A escolha depende do perfil da paciente, desejo de gestação e efeitos colaterais.

Cirurgia minimamente invasiva

A laparoscopia permite a remoção ou exérese de lesões, tratamento de endometriomas e liberação de aderências. Em casos selecionados, a cirurgia melhora dor e pode favorecer a fertilidade.

Abordagem multidisciplinar e suporte

O tratamento vai além da cirurgia e hormônios: fisioterapia pélvica, manejo da dor crônica, suporte psicológico, intervenções para melhora do sono e orientação sobre estilo de vida são fundamentais para preservar a qualidade de vida.

Novas frentes

Novos fármacos e estratégias terapêuticas estão em estudo e têm buscado melhores perfis de tolerância e eficácia a longo prazo, bem como tratamentos personalizados conforme o fenótipo da doença.

Impacto na fertilidade e na qualidade de vida

A endometriose está associada a um risco aumentado de infertilidade; estudos mostram que uma parcela significativa das pacientes apresenta dificuldades para engravidar. O impacto na qualidade de vida envolve dor persistente, limitações em atividades diárias, maior incidência de ansiedade e depressão e perda de produtividade.

Relatos de especialistas e evidências

Especialistas em ginecologia e dor pélvica destacam a importância do reconhecimento precoce: quanto mais cedo a investigação e o início do tratamento, maior a chance de reduzir sequelas e preservar fertilidade. Diretrizes médicas recentes incentivam a integração entre atendimento clínico, imagem especializada e abordagem multidisciplinar.

Dica do Dr. Katz

Se você tem dor pélvica frequente, cólicas muito intensas, dor durante ou após o sexo, ou dificuldade para engravidar — não espere que "passe sozinha". Procure um ginecologista com experiência em endometriose, relate seus sintomas com clareza e busque avaliação especializada. O diagnóstico precoce amplia as opções de tratamento e melhora os resultados a longo prazo.

Fontes e leitura adicional

Recomenda-se consulta a literatura científica e diretrizes recentes sobre endometriose, além de revisões sistemáticas sobre prevalência, impacto na fertilidade e abordagens terapêuticas. Para o leitor interessado, busque artigos de revisão em bases como PubMed, diretrizes de sociedades de ginecologia e revisões clínicas atualizadas.

Dr. Salomon Katz – CRM 10904 | Ginecologia e Obstetrícia | Saúde da Mulher e Prevenção

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