Vacina do HPV: por que a imunização é essencial em todas as idades
Entenda como a vacinação reduz o risco de câncer do colo do útero, quem deve ser vacinado e por que mulheres adultas também devem avaliar a imunização.
O que é o HPV e por que ele preocupa
O HPV (Papilomavírus Humano) é um vírus transmitido principalmente por contato sexual. Embora muitas infecções sejam transitórias e desapareçam espontaneamente, infecções persistentes por tipos oncogênicos do vírus podem evoluir para lesões pré-cancerosas e, com o tempo, para cânceres — o mais conhecido deles sendo o câncer do colo do útero.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), cerca de 99% dos casos de câncer do colo do útero estão associados à infecção pelo HPV. Por isso, a prevenção por meio da vacina é considerada uma estratégia fundamental de saúde pública.
Câncer do colo do útero no Brasil
No Brasil, o câncer do colo do útero é um dos tipos mais incidentes entre mulheres. O INCA estima cerca de 17.010 novos casos por ano para o triênio 2023–2025, e índices de mortalidade que reforçam a necessidade de medidas preventivas integradas: vacinação, rastreamento e acesso oportuno ao tratamento.
Fontes e estatísticas oficiais são atualizadas pelo INCA e pelo Ministério da Saúde.
Por que a vacina do HPV é tão importante
A vacina protege contra os tipos de HPV que causam a maior parte dos cânceres relacionados ao vírus e várias lesões precursoras. Estudos populacionais mostram redução de casos de lesões e de alguns tipos de câncer em populações com alta cobertura vacinal.
Organizações internacionais como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Centers for Disease Control and Prevention (CDC) recomendam a vacinação como medida central na prevenção de doenças associadas ao HPV.
Quem deve se vacinar e quando
O objetivo é vacinar antes da exposição ao vírus — por isso a indicação prioritária é na infância/adolescência. No Brasil, o calendário do SUS contempla a vacinação gratuita para crianças e adolescentes, e desde 2024 o esquema adotou dose única para crianças de 9 a 14 anos.
- Crianças e adolescentes (9–14 anos): prioridade para vacinação, com esquema conforme calendário local.
- Adolescentes e adultos jovens (até 26 anos): esquema de “catch-up” para quem não foi vacinado na infância.
- Adultos entre 27 e 45 anos: a vacinação pode ser considerada individualmente após avaliação médica (shared clinical decision-making), especialmente para quem ainda não teve exposição ao vírus ou tem fatores de risco recentes.
Consulte sempre a diretriz local e o seu ginecologista para indicação correta e disponibilidade no sistema público ou na rede privada.
Mulheres adultas: não é “tarde demais” — mas avalie com o médico
A eficácia da vacina é maior quando administrada antes da exposição ao vírus, mas mulheres adultas que não foram vacinadas anteriormente também podem se beneficiar, dependendo do histórico sexual e do risco de exposição. A decisão deve ser tomada com o médico, avaliando histórico clínico e expectativas.
Mitos e verdades
- “A vacina causa infertilidade”
- Falso. Revisões científicas e órgãos de saúde apontam que a vacina é segura e não está associada à perda de fertilidade.
- “Se já tive HPV, a vacina não serve”
- Parcialmente verdadeiro: a vacina não trata infecções já existentes, mas protege contra outros tipos de HPV aos quais a pessoa possa não ter sido exposta.
- “Após vacinar não preciso mais fazer exames”
- Falso. A vacina reduz o risco, mas o rastreamento (Papanicolau/HPV test) deve continuar conforme as recomendações médicas e as diretrizes locais.
Vacinar é apenas uma parte da prevenção
A vacinação contra o HPV deve ser combinada a outras ações: testagem, rastreamento regular do colo do útero, acesso a diagnóstico e tratamento e educação em saúde sexual. Juntas, essas medidas reduzem de forma significativa a carga do câncer cervicouterino.


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