Climatério

IMPORTÂNCIA DA SELEÇÃO ADEQUADA PARA TERAPÊUTICA

A interrupção permanente da menstruação é reconhecida após 12 meses consecutivos de amenorréia.
Antes de iniciar o tratamento da mulher climatérica com hormônios, tibolona ou fitoterápicos é importante selecionar as pacientes com propedêutica baseada em aspectos prático, que oferecem ao médico visão global da sua saúde.

A anamnese é ponto fundamental da propedêutica, pois nos dá informações dos sintomas próprios do climatério, história pessoal, familiar e hábitos de vida. A sintomatologia da síndrome do climatério varia em freqüência e intensidade para cada mulher avaliada. Eles são representados pelas manifestações neurogênicas como: ondas de calor ou fogachos, sudorese, calafrios, palpitações, cefaléia, tonturas, parestesia, insônia, falta de memória e fadiga; psicogênicas: depressão, ansiedade, irritabilidade e diminuição da libido; mamárias: mastalgia e mastodínia; urogenitais: secura vaginal, dispareunia, prurido vulvar, corrimento, irregularidade menstrual, síndrome uretral e incontinência urinária de esforço; ósteo-músculo-articulares: artralgia, mialgia. É importante considerar nas mulheres estudadas a presença ou não de patologias pregressas, bem como quais foram as mais freqüentes.
No climatério há tendência a aumento de peso. É importante verificar a distribuição da gordura, a qual se determina pela relação abdomino-glútea, dividindo a circunferência abdominal (medida a nível da cicatriz umbilical) pela circunferência do quadril.

EXAMES LABORATORIAS

As dosagens laboratorias dos hormônios FSH, LH, estradiol são importantes para estabelecer o diagnóstico de menopausa somente nos primeiros anos da falência ovariana.
Outras dosagens como hemograma, glicemia, colesterol total e frações (HDL: LDL; VLDL), triglicérides e glicemia são feitos de rotina com finalidades preventivas do risco cardiovascular em virtude do aumento da incidência de dislipidemias e distúrbios do metabolismo dos hidratos de carbono nesta faixa etária.
A uréia e creatinina são reservadas para os casos de hipertensão arterial ou suspeita de alterações renais.

COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA

A colpocitologia cervicovaginal para prevenção e detecção do câncer de colo do útero é exame de valor incontestável nas diferentes faixas etárias da mulher, devendo-se salientar que mesmo no climatério em mulheres com ou sem atividade sexual ainda é procedimento importante.

MAMOGRAFIA

A mamografia como método de rastreamento de alterações da glândula mamária tem possibilitado cada vez mais o diagnóstico precoce de neoplasias malignas, principalmente em estágios iniciais. Este fato é de grande relevância, pois tem permitido o tratamento de forma menos agressiva preservando a estética feminina e, sobretudo aumentando a sobrevida.

A mamografia é obrigatória devido à incidência mais elevada do câncer de mama neste período etário da mulher. As mamas lipossubstituídas são as de controle mais fácil, enquanto as mamas densas exigem mais cautela na terapêutica.

ULTRASSOM

O ultrassom pélvico, de preferência o transvaginal, é exame importante no período do climatério, sobretudo na pós-menopausa para avaliação do tamanho do útero, espessura e características do eco endometrial e dos ovários permitindo detecção precoce de alterações, bem como monitorização de mulheres em terapia hormonal.

O eco endometrial na ultrassonografia quando apresenta espessura acima de 5mm orienta para prosseguir a propedêutica com histeroscopia e histologia do endométrio ou ultrassom com Doppler do endométrio.

A histologia revelou que 6 casos corresponderam a adenocarcinoma e um a hiperplasia atípica. As 82 pacientes nas quais vasos endometriais não foram identificadas à histologia não apresentaram atipia, destacando a importância da complementação com Doppler de endométrio, em mulheres na pós-menopausa com espessamento endometrial.

DENSITOMETRIA ÓSSEA

A densitometria óssea de dupla emissão realizada na coluna lombar e no colo do fêmur é o método mais utilizado para aferição da massa óssea. De acordo com a Organização Mundial de Saúde é um dos melhores métodos de avaliação da massa óssea, por esta razão é indicado para mulheres no climatério.

CONCLUSÃO

A propedêutica clínica e complementar minuciosa é extremamente importante na assistência à mulher no climatério para prevenção dos riscos metabólicos e de neoplasias freqüentes neste período etário. A análise dos riscos e benefícios verificados em diferentes tratamentos para a síndrome climatérica observados na literatura, ressalta a importância na seleção adequada das pacientes e no acompanhamento da terapêutica com hormônios, tibolona ou fitoterápicos, pois os requisitos para uma efetiva prescrição são praticamente os mesmos.

FONTE: LIVRETO BAYER
               POR ANGELA MAGGIO DA FONSECA
               E VICENTE RENATO BAGNOLI

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